[polo] Próxima aula em Manguinhos será sobre Modernismo: Arte e Arquitetura

A aula de Beá Meira, anteriormente cancelada no dia 10 de novembro, será realizada na próxima quinta com o tema Arte e Arquitetura Moderna.

Beá Meira irá abordar o período entre 1907 e 1960, que engloba a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, a Revolução Russa e o estabelecimento dos governos autoritários.

O objetivo é analisar como a ideia de “novo” associada a algo “superior” alimentou as mudanças tecnológicas e culturais deste período que foi chamado de “Moderno”.

Serão apresentadas as características dos movimentos da vanguarda européia, tais como Cubismo francês, Futurismo Italiano, o Construtivismo Russo, o Dadaísmo e a Bauhaus alemã.

A partir daí serão analisados os princípios da arquitetura moderna que teve grande importância no Brasil já na década de 1940. Será debatido o projeto do conjunto habitacional de Pedregulho do Affonso Reidy e apresentada imagens da construção de Brasília. A ideia é pensar criticamente a arquitetura moderna e os valores que norteiam os projetos contemporâneos.

A seguir os textos e links.

Manifesto Futurista, publicado pelo poeta Felippo Marinetti (1876-1944) em 1909:
“1. Pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e do destemor.
2. A coragem, a audácia e a revolta serão os elementos essenciais da nossa poesia.
3. Até agora, a literatura exaltou a imobilidade, o êxtase e o sono pensativos. Nós tencionamos exaltar a ação agressiva, uma insônia febril, o passo do atleta, o salto mortal, o soco e a bofetada.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cujo capô é adornado de grandes tubos, qual serpentes de hálito explosivo – um automóvel que ruge e parece cavalgar uma metralha é mais belo que a Vitória de Samotracia.
5. Queremos cantar o homem ao volante, que percorre a Terra com a lança de seu espírito, traçando o círculo de sua órbita.
6. O poeta deve consumir-se de ardor, esplendor e generosidade; dilatar o fervor entusiástico dos elementos primordiais.
7. Não há beleza se não na luta. Nenhum trabalho sem caráter agressivo pode ser uma obra prima. A poesia deve ser concebida como um ataque violento as forças desconhecidas, deve reduzi-las e prostrá-las aos pés do homem.
8. Nós estamos no último promontório dos séculos! […] Por que olhar para trás se o que queremos é arrombar as portas misteriosas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Já estamos vivendo no absoluto, porque criamos a velocidade eterna e onipresente.
9. Glorificamos a guerra – a única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutivo dos portadores da liberdade, as belas idéias pelas quais vale a pena morrer e o desprezo pela mulher.
10. Destruiremos os museus, as bibliotecas, as academias de toda sorte, combateremos o moralismo, o feminismo, toda a covardia oportunista ou utilitária.
11. Nós cantaremos as grandes multidões entusiasmadas pelo trabalho, pelo prazer e pela insurreição; cantaremos as ondas multicolores e polifônicas da revolução nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e estaleiros iluminados por luas elétricas; nuvens ambiciosas pelas linhas arqueadas de sua fumaça; pontes que atravessam rios qual ginastas gigantes, reverberando o sol com o fulgor das navalhas; vapores aventureiros que farejam o horizonte; locomotivas de peito ancho, cujas rodas lavram os trilhos como os cascos de enormes cavalos de aço arreados com tubulações; e o vôo elegante dos aviões cujas hélices rascam aos ventos qual estandartes e que parecem levantar vivas qual uma multidão entusiasmada.”

E para terminar Marinetti clamava pela destruição do passado:
“que venham os alegres incendiários de dedos chamuscados! Ei-los! Ei-los que chegam! […] Venham atirem fogo nas estantes das bibliotecas! Desviem os canais para inundar os museus! […] Oh, a alegria de ver as vetustas e gloriosas telas boiando sem rumo nessas águas, descoradas e rasgadas! […] Armem-se de picaretas, machados, martelos, e deitem por terra sem piedade as cidades veneráveis!”

Antonio Sant’Elia: A cidade Nova, de 1914

Literatura e modernismo no Brasil:
Curta metragem sobre o caderno coletivo de alguns escritores modernistas “O perfeito
cozinheiro das almas deste mundo” (12 minutos)

Cinema Dada Alemanha:
Curta metragem “Fantasmas antes do café da manhã” Hans Hichter, 1928 (9 minutos)

Cinema Rússia:
Dziga Vertov: O homem da câmera, 1929. (67 minutos)

Cinema Brasil:
A Symphonia da metrópole, 1929. (10 minutos)
O filme foi restaurado em 1998 e foi criado um acompanhamento musical pelos
musicos Lívio Tratemberg e Wilson Surkorski para ele.

Dança Bauhaus Alemanha:
Oskar Schlemmer, Balé Triático, Bauhaus, 1926.
Apresentação feita em 2010 no Senac em São Paulo (30 minutos)