Egeu Laus convida para o FIM

Aquele papo no botequim da esquina, acompanhado de uma cerveja trincando e de um belisco sem igual, em que alguns amigos de longa data se unem a desconhecidos na troca de opiniões sobre assuntos de suma importância, como carnaval, futebol, malandragem, comida, botequim, macumba, violência, capoeira, jogo do bicho, festa e o que der na corriola. Se você mora na cidade maravilhosa com certeza já esbarrou — ou já se enturmou — com essa cambada em algum momento. Mas se descobrisse que há uma penca de livros sobre isso tudo, escritos por quem pensa e vive o espírito carioca nas universidades, nos terreiros, nas ruas, nos botequins, e que essas pessoas misturam Zé Pelintra, Lima Barreto e Pixinguinha na busca por entender uma cidade com o mesmo ziriguidum que um bebum faz um traçado para desanuviar a vida?

Não seria bacana bater um papo, beber uma cerveja gelada e beliscar um petisco com esses escritores, pois escreveram livros, mas também antropólogos, livreiros, jornalistas, historiadores, carnavalescos, editores, fotógrafos, compositores, artistas e quejandos?

E se o furdunço fosse em um final de semana, com direito a conhecer o lugar histórico — ainda preservado — que nos remete ao surgimento do Rio de Janeiro, e de quebra conhecer seus saberes e sabores? É essa a experiência que levamos ao Fim de Semana do Livro no Porto, ou somente FIM, como carinhosamente é conhecida nossa celebração ao Rio de Janeiro.

Esperamos você! Sem cerimônias, Raphael Vidal

Bate-papos Os bate-papos do FIM não são disputas acadêmicas, nem palestras, muito menos debates constrangedores. São bate-papos mesmo, conversas de botequim, sem mediador para interferir, com leveza e acaso. E sim, você está nessa: pode interferir a qualquer momento, como se o cotovelo estivesse no balcão, pedindo com gentileza o limão da casa. A ideia é simples: os escritores estão aqui e são como nós, não tenha medo. Gostou?

Apareça na Casa Porto, no Largo da Prainha, 4 – Sobrado (na esquina da Sacadura Cabral, a vinte passos do Museu de Arte do Rio).

Sábado, 10 de maio de 2014

10h

“No fio da navalha” A voz das ruas, o rumor das esquinas, a subversão pelas letras e batuques dos sambas. A zona portuária assiste ao encontro entre Antônio Fraga, João Antônio, Zé Pilintra, Mano Elói e os bambas do Império Serrano – escritores das encruzilhadas e sambistas doa estiva – na mesma margem do Rio.

Giovanna Dealtry Maria Célia Barbosa Reis da Silva Rachel Valença

12h

“Toca de tatu, linguiça e paio e boi zebu, rabada com angu, rabo-de-saia” Nos botequins, esquinas, balcões, praças, mercados e terreiros cariocas, a invenção da vida pela cultura se estabelece, à margem dos restaurantes suntuosos, entre marafos, cervejas, costelas, lombos, linguiças, maminhas e similares.

Sergio Bloch Guilherme Studart Rolf Malungo

14h

“A dor da gente não sai no jornal” Realidade e ficção ao sabor da palavra: o jornalismo e a literatura cariocas na fronteira entre a fidelidade ao real e a fabulação. Luis Pimentel Fernando Molica Álvaro Costa e Silva 16h “Sou Vagabundo, né? Gosto de corriola, de botequim” Nome maior dos desfiles das escolas de samba, Fernando Pamplona fez da avenida um quilombo, trouxe a academia para as esquinas e se tornou um dos pais do Brasil. O porto, parte do parto dessas áfricas cariocas, reverencia o mestre.

Fábio Fabato e Rosa Magalhães

18h

Saideira: Rio bandido Alberto Mussa, instigado pelo amigo de letras e copos Carlos Alves, conta histórias do Rio de Janeiro e fala da cidade como o espaço imaginado de sua literatura.

Alberto Mussa Carlos e Alves Domingo.

 

11 de maio de 2014

10h

“Capoeira me mandou dizer que já chegou” Margeando a cidade oficial, capoeiras e bicheiros se apropriaram dos mistérios das gingas e jogos para marcar, driblando a lei, o terreiro grande da Guanabara como um espaço de desafios.

Felipe Magalhães Maurício Barros de Castro e Marco Carvalho.

12h

“Angola, Congo, Benguela, Monjolo, Cabinda, Mina” O tempo para a convivência e a troca de saberes são instrumentos de defesa e dinamização da cultura. A tradição, ao contrário de ser estática, aponta para renovações constantes dos meios de reinvenção da vida pela arte. Especulação e preservação: caiçaras, quilombolas e o defeso cultural.

Maurício Hora Luís e Perequê Delcio Teobaldo

14h

“Um cantar à vontade” As histórias de um povo que busca, nas frestas da cidade oficial, inventar a vida nas festas; entre batuques, danças, folguedos, sambas e gritos de gol.

Marcos Alvito Luiz Antonio Simas

16h

“Quero antes o lirismo dos loucos” Nas dobras, encruzilhadas e margens de um território de incertezas, o fazer poético como caminho para o pertencimento do mundo.

Alberto Pucheu Sergio Cohn Marcelino Freire

18h

Saideira: “Minha cachaça é a imprensa” Uma saideira com o artista, carioca de São Cristóvão, que ilustra há décadas as páginas dos jornais brasileiros e coleciona dicionários, incluindo títulos exóticos como o de termos africanos em português do Brasil.

Cássio Loredano e Rodrigo Ferrari.

 

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