Oficina LAB Poetry Slam

Começa dia 28 o LAB Poetry Slam – oficina da h’oralidade poética slam!

Oficina LAB Poetry Slam será ministrada por Feijah’N, a.k.a Multimídia, músico e produtor, pesquisador e “slammer”, pioneiro da poesia slam no Brasil. Feijah’N ministra oficinas poetry slam em escolas, no Projeto Bandeirantes Já!, e na Cia. Inspiração de Teatro.

“A poesia urbana slam vem crescendo desde seu inicio na década de 80, em Chicago, EUA. O Slam Poetry é o principal movimento poético dos últimos tempos. E vai tomar conta do Território do Brasil.

Venha também fazer parte dessa história, participando da oficina poetry slam no LAB (Laboratório de Inovação Multimídia), com a parceria da produtora TDG –TeorDoGroove, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Centro do Rio de Janeiro.

O que vai rolar na oficina:

– Orientação com pesquisa;

– Detect’ação da palavra poética;

 

– Desdobramento da palavra escrita em h’oralidade de desconstrução e construção;

– Repaginação histórica da oralidade brasileira;

– Criação de equipe(s) slammer(s);

– Mobilização e criação de Nova Platéia com conteúdo de engajamento e performances de slammers e Evento Combate no final do Curso;

– Certificado de participação!

Inscrição: GRÁTIS

Endereço: Rua Benedicto Hipólito, 125 – Centro (em frente ao Terreirão do Samba)

Local: Centro de Artes Calouste Gulbenkian

Contatos:

021- 9196-8712

E-mail –  laboratoriodeinovacao@gmail.com

Site – labdeinovacao.com.br

Coordenação Geral: IMAGINE & LAB

Realização: TDG – TeorDoGroove

Patrocínio: SEC (Secretaria de Cultura)

Saiba mais sobre Slam Poetry na entrevista com Feijah’N.

UQ: Essa competição de poesias funciona como uma Batalha de Conhecimento (rap)?

Não, não funciona como uma batalha de rap. O artista slam, se apodera da palavra, sem artifícios – músicas, instrumentos, figurinos, adereços, etc – usando roupas de uso do dia a dia. Isso evita distrair a poesia.

A poesia é a mãe da cena!

Os critérios envolvidos na competição em Poesia Slam tem de ser muito bem conhecidos e entendido pelos slammers, e público, envolve a plateia na cena, de modo que a formação da plateia é um dos quesitos para o evento, que tem poetas capazes de interpretarem novas oralidades poéticas em 3 minutos de ação. Se ultrapassar este tempo o poeta perde pontos.

Para julgar, são sorteados jurados do próprio público a cada etapa. A pontuação para cada desempenho não ultrapassa a 10 pontos, podendo haver frações no julgamento. No Poetry Slam a plasticidade oral é mais eclética e estilizada, transitando no conhecimento e habilidade do slammer. O instrumento é a voz transformadora da poesia, com capacidade de variações de sentimentos, momentos, interpretações com nuances de dialética que vão além de fazer rimas e usar gírias, diferenciando em muito do Rap. A palavra poética urbana aqui é elevada á um nível muito mais alto.

O interesse dos adversários vai além de tentar superar seu oponente. Ele busca transformar e estilizar sua performances!


UQ: Uma poesia tem que se relacionar com a outra?

Não. Quando em competição, cada artista slammer mostra o seu potencial poético em texto e oralidade, em sua poesia autoral – podendo nas parciais iniciar expondo algo não inédito dele ou de outros autores. Já nas fases finais, é exigido pelos organizadores, não somente que se utilizem textos autorais, mas que também se apropriem de palavras sugeridas pelos programadores da competição, incorporando-as às performances finais. Ganha o melhor desempenho em criativa oralidade poética.

UQ: Qual a importância de uma competição como essa? Qual a participação do Brasil no cenário dos slams?

Hoje onde existe cenas fortes de Slam Poetry, artistas de diversas áreas se tornaram muito mais criativos e dinâmicos. A importância é que a cena cultural e literária sofre mudança e interferências para melhor. Surgem novos autores influenciados e revitalizados por uma nova oralidade, e escrita. E isso faz com que não somente a poesia cresça, mas o universo de roteiristas, ecritores, jornalistas, compositores e etc.

Ex.: Eu que utilizo a linguagem da Poesia Slam desde 1988, criei uma maneira muito peculiar de escrever e interpretar poesia brasileira.

Em 1990, participei de vários eventos no Espaço Cultural Banco do Brasil, no Largo do Tanque, entre outros. Apresentei uma tríade slam de 9 minutos (o triplo de um poema slam comum), chamada UTOPIA, no lugar onde havia juntamente quadros e esculturas de companheiros da caravana de artistas da Cidade de Deus – Mus’Art. Na estreia desse evento realizei uma performance que me rendeu o a.k.a de multimídia, pelos companheiros da caravana. Também foi o período que me permiti ser influenciado pelo filme Mo’ Better Blues (Mais Melhores Blues – de Spike Lee), achando magnífica as performances poéticas, intercaladas ao sopro de sax, executadas pelo personagem do ator Denzel Washington. Spake Lee mostrou-se estar acompanhando os acontecimentos do crescimento do SLAM AMERICANO. Nesse mesmo ano aconteceu o National Slam (USA). De lá para cá tudo que escrevo tem a metodologia poetry slam. E já e 2007, lancei oficialmente o single “Sangue Negro”, tendo como convidando meu amigo Leandro Firmino, com ele interpretando em interferência poética slam, ‘Utopia’.

Links aqui:

Sangue Negro feat. Poema Slam, Leandro Firno – http://www.youtube.com/watch?v=Pn5ghu0Wsb8

Slam no Projeto Bandeirantes Já – http://www.youtube.com/watch?v=nPAv2YtyAbg&noredirect=1

UQ: De onde surgiu a ideia do projeto?

O Degusta SLAM surgiu da necessidade de colocar o Brasil na agenda dos eventos internacionais de Slam Poetry. E quebrar todas as dificuldades anteriores, pois hoje com a facilidade da web, e inúmeros sarais, a poesia voltou a ser acessível a todos. O Slam Poetry vai ser popular no Brasil. E isso ajudará no crescimento intelectual do povo. A poesia slam faz com que nossa oralidade melhore além de nos fazer ler mais. Falo isso por que ministro já a muito tempo oficina de literatura usando o Slam Poetry como mote de adquirir engajamento dos alunos, em escola, projetos sociais, e na Cia Inspiração de Teatro – com a minha metodologia Londri’Lavzki Slam.

Por Mariana Mauro (Bolsista PIBEX – ECO/UFRJ)