Pós-aula: Da poética clássica ao pós dramático com Beá Resende

Na aula da última terça-feira, a professora Beatriz Resende falou sobre o nascimento da tragédia na Grécia até o surgimento do drama como conhecemos hoje. Fazendo sempre um paralelo entre a representação teatral e a literatura. Logo no começo, falou-se sobre ‘A arte poética’, de Aristóteles, primeira obra escrita que tem o objetivo de analisar as formas da arte e da literatura e que também serve como um registro de como era a arte grega em seu tempo.

Os gêneros literários abordados por Aristóteles eram dois: O Lírico, que é a palavra acompanhada de música (e essa palavra não é necessariamente poesia), e o Épico, que é o gênero que dá origem as narrativas e que na Grécia Antiga se manifesta nas epopeias.  É interessante perceber que as aventuras narradas nas epopeias são, na verdade, poemas líricos. As epopeias mais conhecidas são Ilíada e Odisseia, de Homero.

Tanto o teatro quanto a literatura nesse período dividiam-se em drama e comédia.  O gênero dramático se realiza através da tragédia, que sempre traz uma representação dos homens melhores do que eles são, mas a inevitabilidade do destino faz como eles sempre cometam um erro irreparável. Nas tragédias, o grande antagonista é sempre o destino. Os sentimentos produzidos pela tragédia grega são o pathos e a catarse.  O pathos é a simpatia despertada ou não no público durante a encenação, é o tipo de conexão que é despertada pela história. A catarse é diante de um espetáculo o público identificar nos conflitos vividos pelos personagens seus próprios conflitos.

A estrutura de unidade de ação, lugar e tempo utilizada nas tragédias gregas foi também usada na cultura ocidental, sendo Shakespeare sua única exceção. Uma das grandes diferenças, entre a representação das tragédias na Grécia e mais tarde, na cultura europeia, é o espaço do teatro. Enquanto na antiguidade clássica o espaço do teatro era uma forma de viver a democracia grega, na Europa depois da Idade Média esse espaço foi marcado pela pompa dos camarotes.

Na França, a influência da tragédia grega contribui para o nascimento de um novo estilo: o drama romântico. Representado principalmente por Victor Hugo, autor de O corcunda de Notre Dame e Os miseráveis, esse estilo de drama busca uma ruptura de limites entre o sublime  e o grotesco.

A tragédia na contemporaneidade

Um dos grandes tragediógrafos do século XX é Nélson Rodrigues, que usa a estrutura da tragédia grega para contar histórias do cotidiano. Suas principais tragédias são: Álbum de família, A senhora dos afogados e A serpente.

Hamlet, por Peter Brook
http://www.youtube.com/watch?v=hLni1arIeYM

Antígona
http://youtu.be/36IR1y6kw4c

 

Principais tragédias gregas:

Ésquilo (525 a.C  – 455 a.C)
Prometeu Acorrentado, A Oréstia

Eurípedes (480 a.c – 406 a.C)
Medeia, Eletra, As bacantes

Sófocles (497 a.C – 405 a.C)
Édipo rei, Antígona

Por Bárbara Reis, Bolsistas PIBEX/UFRJ