Pós aula do 3o Território, Narratividades

Na última terça-feira, tivemos o terceiro território do ano composto por quatro quebradeiros da pesada. Seguindo a abordagem das “Narratividades”, eles nos deram uma aula de conhecimento em diferentes aspectos, mas principalmente sobre empreendorismo, superação e perseverança na busca de seus objetivos.

O primeiro a se apresentar foi o poeta Márcio Rufino, quebradeiro da Baixada Fluminense que nos contemplou com a temática “Narrativa da poesia pulsando na veia do Rio”. Ele relatou a criação do coletivo poético Pó de poesia, em parceria com a poeta e professora Ivone Landim, em 2008.  Com o objetivo de quebrar o marasmo poético existente na baixada após a virada do século, o coletivo agrega artistas da região visando uma maior visibilidade e difusão, também abordando temas como a questão racial, feminina e lgbt. O coletivo participa do Sarau Donana apresentado todo o último sábado de cada mês no Centro Cultural Donana em Belford Roxo.

O rapper, grafiteiro e escritor Nuno DV, usou seus projetos e história de vida como foco do seu território, denominado “Meu território sou eu”. Após ter sido baleado enquanto pichava nas ruas do Rio de janeiro, e cansado de ter que explicar a todos os amigos online sobre o incidente, ele acabou fugindo da internet e encontrou abrigo intelectual em outras formas de mídias e atividades, como a escrita e o rap. Nesse meio tempo, desenvolveu alguns projetos, dentre eles estão: o AUC (Arte, União e Cultura), um evento com shows e oficina de grafite em comunidades não pacificadas; Oficina de Rima na fundição progresso que já está em quarta temporada e o evento Soul Pixta, que estimula os jovens das oficinas realizadas por ele, a se expressarem de maneiras diversas. O quebradeiro tem ainda uma marca de roupa, MURO – Música e roupa, que produz camisetas, bonés e gorros com as letras do artista.

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O baiano de 22 anos, graduando em produção cultural Leandro Souza, discorreu sobre a “arte da periferia no centro da universidade”. Ele dividiu sua apresentação em três partes, a cobaia, na qual sua experiência de vida e atividades exercidas foram temas-chaves. A segunda parte tratava do Laboratório, no caso, a faculdade Comunicação da Bahia, onde foi desenvolvido o projeto que foi explicado na última parte de sua fala, a agência experimental. A agência realiza projetos e atua em assessoria de imprensa nas áreas de comunicação e cultura, tem como objetivo criar dentro do ambiente universitário um espaço de aprendizado, profissionalização, transformação social em comunidades e movimentos sociais.

Por último, mas não menos importante, o fotógrafo e professor de arte Guilherme Junior, nos presenteou com a seguinte temática “Poética da Imagem- A fabulosa narrativa de uma arte educadora no mundo das artes visuais”. Morador da Vila Kennedy, aos doze anos de idade, esse quebradeiro realizou um sonho que parecia impossível para sua realidade naquele momento, conhecer o parque de diversões Shanghai no subúrbio carioca. Esse fato foi de suma importância em sua trajetória de vida, pois a partir disso, nada parecia impossível. Ele se formou pela UFRJ, estudou em Portugal e ganhou prêmios internacionais, entretanto, seu feito de que mais se orgulha é o Curta Vila Kennedy. Festival de curta-metragem exibidos na comunidade da Vila Kennedy que caminha para sua terceira edição.

Esses jovens promissores tem muito a agregarem dentro e fora de suas comunidades,  fomos testemunhas do começo de  jornadas gloriosas.

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