Pós-aula – Epopeia Clássica- Ilíada e Odisseia

A professora Tatiana Ribeiro apresentou os poemas fundadores da literatura ocidental: Ilíada e Odisseia. Fruto da tradição oral, anterior ao próprio Homero, os poemas alimentavam o prazer de ouvir música e poesia.
Os poemas épicos eram longos, totalizando até 16 mil versos. Eram cantados pelos aedos que narravam histórias da sociedade, as chamadas epopeias gregas, misturando lendas e tradições populares em suas aventuras.
Os cantadores transmitiam oralmente suas histórias para que a tradição fosse preservada e não se perdesse com o tempo. Sabe-se que a Ilíada e a Odisseia só tiveram registros escritos séculos depois. Para os gregos, as histórias cantadas pelos aedos eram verdadeiras e apresentavam um formato perfeito; 24 cantos nomeados de acordo com a letra do alfabeto grego. Os versos eram denominados hexâmetros dactílicos, formados por uma sílaba longa e duas breves. Uma epopeia é reconhecida pela presença de um herói e seu discurso heroico e pelo excesso nas narrativas dos fatos.

A Ilíada tem como pano de fundo a Guerra de Tróia, uma longa disputa entre gregos e troianos. Segundo o poema atribuído a Homero, a guerra foi desencadeada porque Páris, príncipe troiano, raptou a bela Helena, mulher do rei de Esparta, Menelau.

Esta guerra durou 12 anos e vários heróis gregos participaram dela como: Ullisses, Aquiles, Ajax, Agamenon, entre outros. Aquiles, excelente na arte de combater, é o melhor dos guerreiros. A contenda teve início quando os gregos de várias cidades se reúnem para atacar Troia. A Grécia antiga consistia em uma reunião de cidades estado independentes, que tinham uma unidade cultural, uma única língua e algumas instituições comuns como as olimpíadas.

A Ilíada começa quando ocorre um grande saque à uma cidade aliada de Troia e Agamenon recebe como presente, a filha de um sacerdote; Criseida. O sacerdote pede a Apolo, deus da doença e da cura, que castigue os gregos por essa ofensa. Surge uma peste que é considerada por todos, o castigo divino de Apolo. Depois de 9 dias da peste, Aquiles reúne o exército e consulta ao adivinho e obtém como resposta, que o problema era a filha do sacerdote que não fora devolvida.

Agamenon decide devolver Criseida, mas em troca pede a prenda de Aquiles. O grande guerreiro, Aquiles, revolta-se, abandona o combate e pede a sua mãe Nereida, deusa do mar, que Zeus interfira na guerra a fim de mostrar a todos sua importância. Seu pedido é atendido. Os troianos levam vantagem na guerra. Os gregos fazem uma hecatombe, o sacrifício aos deuses de enormes dimensões, queimando 100 animais.
A importância de Aquiles para o combate é reconhecida, os guerreiros pedem que ele retorne, mas ele cede. Seu melhor amigo, segue em seu lugar no combate e é morto por Heitor, príncipe de Tróia. Aquiles então decide vingar o amigo e retorna ao combate matando Heitor e muitos troianos.

A obra termina com os funerais dos jovens guerreiros.

A Odisséia conta a história do rei Ulisses, também chamado Odisseu. Ao final da guerra ele tenta voltar para casa, mas se indispõe com Posseidon, deus dos mares, e com isso sua volta se transforma numa aventura de dez anos. Enquanto isso sua esposa Penélope, assediada por outros pretendentes, tece um manto de dia e desfaz á noite, de modo a adiar sua escolha e prolongar a espera pelo marido.

Trata-se de um poema de viagem e afirmação da condição humana, onde o herói passa por tentativas fracassadas de retorno até finalmente alcançar o seu lugar; a sua casa.

A professora nos permitiu identificar de forma mágica, como o trágico e o belo se compõem numa obra. Apresentou-nos com habilidade como os gregos descreviam e conjugavam poeticamente fatos violentos que foram imortalizados, inaugurando a literatura ocidental.

Para quem esteve ausente e para quem quiser se aprofundar segue a bibliografia da professora Tatiana a respeito do tema Epopeia Clássica – Ilíada e Odisseia:

HOMERO. Ilíada. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
HOMERO. Odisseia. Tradução e prefácio de Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011.
VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Mitos gregos contados por Jean-Pierre Vernant. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
VIDAL-NAQUET, Pierre. O mundo de Homero. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
(Wanda Lúcia Batista – Bolsista PIBEX- Faculdade de Medicina- T.O –UFRJ )