Pós-aula MAR 7: Viagens da escrita literária: o que ainda nos dizem Homero e sua poesia? – Martha Alkimin

As aulas sobre literatura na Universidade das Quebradas são sempre concorridas. As palavras ditas e escritas atraem os quebradeiros. A aula do dia 23/09/14 foi especial também pela condução sensível da professora Martha Alkimin, que respeitando os diversos mitos existentes nas culturas, inclusive nas de tradição oral, convidou os quebradeiros para conhecerem os mitos dessa que é classificada de “clássica” pelo ocidente: a poesia grega.

Embarque nessa VIAGEM, assista ao video da aula e no final deixe seu comentário.

Um abraço,

Felipe Boaventura

Comunicação Universidade das Quebradas

 

por Octávio Neto  – Bolsista PIBEX PACC\UFRJ

A aula de 23/09/2014 da Universidade das Quebradas foi ministrada pela professora Martha Alkimin. Seu ponto de partida foi o poema épico “Odisseia”, a fim de buscar o que ainda pode dizer a poesia clássica. Segundo Martha Alkimin, sabe-se que existem diversos mitos para explicar a vida em tantas tradições socioculturais, inclusive naquelas cuja oralidade é a principal forma de transmissão. Para a aula, a escolhida foi essa poesia grega.

A “Odisseia” é um dos dois principais poemas épicos da Grécia Antiga, atribuídos a Homero. É, em parte, uma sequência da “Ilíada”, outra obra creditada ao autor. E é um poema fundamental no cânone ocidental. Historicamente, é a segunda — a primeira é a própria “Ilíada” — obra da literatura ocidental, segundo os críticos. São poemas elaborados ao longo de séculos de tradução oral, tendo sua forma fixada por escrito provavelmente no fim do século VIII a.C.

O poema relata o regresso do protagonista Odisseu (Ulisses) de uma viagem que durou 20 anos, compondo-se a narrativa de quatro partes. Na primeira, aparece a assembleia dos deuses. Ulisses partira. Muitos eram os pretendentes à mão de sua esposa Penélope. Atena estimula Telêmaco a proteger sua mãe contra esses pretendentes. Na segunda parte, os deuses se reúnem novamente em assembleia. Após atender à solicitação de Atena, Zeus ordena, por intermédio de Hermes, que Calipso permita que Ulisses parta, após sete anos de retenção. Uma jangada é construída por Ulisses. E nela navegava quando foi atingido por uma tempestade. Ele então é atirado na ilha dos Feaces.

Na terceira parte está o relato de Ulisses sobre suas aventuras: a partida de Troia; o país dos Ciclopes; e os seus seis companheiros devorados. Também é relatado o episódio de Polifemo. Na quarta parte há o retorno de Ulisses a Ítaca. Ele disfarça-se de mendigo, mas é reconhecido pelo filho Telêmaco, na casa de Eumeu. Ao chegar ao palácio, é menosprezado e sofre escârnios e ultrajes pelos que pretendiam a mão de Penélope. Finalmente, ela é convencida de que se trata realmente de Ulisses, o seu verdadeiro esposo. Ajudado por Telêmaco, Ulissses massacra os pretendentes.

A “Odisseia” é categorizada de diversas maneiras: poema de retorno, de família, de viagem e restauração da ordem. Para Martha, a “Odisseia” nos toca até hoje, pois é um poema sobre a limitada condição humana, o que reverbera em todos os seres humanos.

No decorrer da aula, a professora falou sobre um conceito que causou bastante interesse aos Quebradeiros: Comunidade Interpretativa. Esse conceito teórico foi criado por Stanley Fish, na década de 1980, e enuncia que a interpretação de um texto está relacionada aos códigos, repertórios e pressuposições de quem os interpreta. Exemplos de comunidades interpretativas: imprensa e universidade.

 

A video aula dessa aula AQUI

Leitura complementar:

“Odisseia” em PDF : http://www.universidadedasquebradas.pacc.ufrj.br/wp-content/uploads/2013/08/ODISSEIA.pdf