Soter propõe um novo olhar para a dança

Educação, cultura, coletividade… esses e outros elementos foram associados à dança por Silvia Sotter, na última terça das Quebradas, no CBAE.  A quebra do senso comum e a proposição de diferentes olhares sobre essa arte estiveram em debate junto aos Quebradeiros, tanto no que concerne à formação de um ser humano quanto ao que diz respeito às diferentes interpretações artísticas.

Segundo a professora, é impossível tratar a dança como uma só, pois são tantas as formas de expressão através dela e tão diferentes os estilos, que tratá-la como homogênea significaria limitá-la. Assim, ela abordou as ‘danças brasileiras’, dividindo-as em dois grupos: as danças cênicas (campo de principal competência de Silvia) e as danças de rua (dentre as quais muitas originam danças cênicas).

Dada a magnitude do universo da 2ª arte, nossa convidada comentou sobre a importância da dança na educação infantil. “A grande maioria de nós já teve algum contato com a dança na escola, nem que fosse na quadrilha da festa junina”, afirmou Soter, lamentando o pequeno espaço que a mesma ocupa nas escolas. Para ela, a presença das artes, e também da dança, é fundamental para a formação de qualquer indivíduo e, portanto, ela milita para que essa arte faça parte das atividades da escola, para além das horas extra-curriculares.

Não obstante o pouco valor que é dado à dança no campo da educação infantil, Silvia apontou que nos jornais a situação não é diferente: são raros os jornais que possuem críticos de dança, sendo ela própria uma das únicas profissionais do mercado. No ensino superior, da mesma forma, existem apenas 3 graduações em dança no Brasil. Entretanto,  um fato curioso nos foi apontado: o Brasil sedia o maior festival de dança amadora do mundo, o Festival de Dança de Joinville, um produto brasileiro que ocupa 3500 lugares pagos anualmente e por isso está no Guiness.

A aula  foi concluída com a proposição de uma nova maneira de se apreciar a dança. A partir da exibição de vídeos, ela mostrou a importância da coletividade ao dançar, na medida em que os vídeos mostravam um olhar inédito sobre as performances. Um exemplo deles foi o de uma bailarina solista dançando a coreografia e ocupando as suas posições do corpo de baile, dando uma sensação de completo vazio na apresentação.  Outros vídeos também abordaram essa questão, tão importante para a dança como o é para nós mesmos, em nossas vidas cotidianas.

Texto: Cibele Reschke de Borba, bolsista PIBEX 2011

Foto: “Dance!” por Clearly Ambiguous – CC BY 2.0