ZONA DIGITAL une Fausto Fawcett e Siri em ‘Ópera Literária’

Evento fecha edição no dia 2 mixando tecnologia e performance sob a direção de Batman Zavareze e curadoria de Heloisa Buarque de Hollanda

O Zona Digital terá um encerramento multimídia no próximo dia 2 de abril, no Oi Futuro Flamengo, com o evento “LAB FEST – Ópera Literária”. O espetáculo elaborado e dirigido pelo artista visual Batman Zavareze terá performances do cantor e escritor Fausto Fawcett e do músico Siri  – que partem da fusão de teatro, cinema, poesia e música. “A ideia é remixar fragmentos literários processando a leitura do Fausto Fawcett com recursos digitais e eletrônicos do artista sonoro Siri em uma nova extensão da palavra”, diz Batman Zavareze sobre o conceito geral do evento. O Zona Digital é um projeto da Aeroplano e tem patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.

A ambientação será feita com pedestais e microfones espalhados pelo espaço do Oi Futuro. Assim, Fausto Fawcett realizará leituras de textos contrastantes e conflitantes. Cada microfone, quando aberto, receberá uma iluminação específica. Em alguns momentos serão apresentadas poesias e textos emblemáticos de Luis de Camões, Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade, já em outros, conversas e diálogos garimpados em redes sociais como Facebook e Twitter.

“Queremos mostrar alguns clássicos reinventados mostrando como a língua e a linguagem de comunicação sempre estão livres e vivas. Por exemplo, U Q VC AXA? é a linguagem cifrada, a mesma dos poetas e das crianças se cruzando com estruturas da língua convencional” conta Batman, diretor e idealizador do espetáculo.

Especializado em música contemporânea, misturando arranjos de instrumentos convencionais com inusitadas percussões, Siri será o responsável por remixar ao vivo as leituras de Fausto Fawcett. Esse movimento musical será experimentado com ritmos eletrônicos criados e executados na hora, de acordo com cada texto e cada resposta da plateia. Artistas visuais estarão à frente da criação de vídeos a partir desses sons, com ajuda de alunos formados no projeto de arte e educação Oi Kabum!.

 

O projeto

Projeto da Aeroplano Editora, com curadoria das professoras Cristiane Costa e Eliane Costa, além de Heloisa, o Zona Digital discute o impacto das novas tecnologias na criação cultural em base digital e seu reflexo no mercado editorial. Ao longo dos próximos meses, o Zona Digital reabrirá um espaço importante no debate intelectual, trazendo para o Brasil outros grandes pensadores, ampliando o espectro do projeto original, iniciado em 2011 com o Oi Cabeça. Ao lado das questões geradas pela convergência de linguagens e mídias, serão abordadas questões sociais geradas pelos avanços tecnológicos e pelas práticas low tech que começam a se manifestar como saídas criativas no universo digital.

“O projeto Zona Digital veio para apresentar pensamentos de ponta. Estimular a criação. Provocar e aprofundar debates. Criar uma articulação e promover a produção compartilhada entre artistas e pensadores do universo digital”, diz Cristiane Costa.

O Zona Digital também vai dar visibilidade aos novos criadores com três labfóruns, constituídos por vários artistas e produtores culturais ligados ao tema proposto liderados por um ou dois profissionais reconhecidos de cada área. A escolha dos participantes será feita através de chamadas no hotsite do projeto no Portal Literal, da revista Zona Digital, do site da Aeroplano e do site do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV.

Serviço:

ZONA DIGITAL – LAB FEST – Ópera Literária
Oi Futuro – Flamengo (Rua Dois de Dezembro, 63)
Dia 2 de abril de 2013, às 19h30
Entrada franca (senhas distribuídas 30 minutos antes do evento)

OS PARTICIPANTES:

BATMAN ZAVAREZE_Diretor do Festival Multiplicidade / Diretor Artístico Zona Digital

Batman Zavareze, 40, brasileiro, carioca, graduou-se em Comunicação Visual no Rio de Janeiro, iniciando sua experiência profissional na MTV-Rio em 1992. Dentre as diversas atuações profissionais relacionados a imagem, destaca-se a passagem como residente de Arte na “Fabrica”, Centro de Pesquisa de Comunicação da Benetton, coordenada pelo fotógrafo/ diretor de criação Oliviero Toscani em 1998/99. É o idealizador, diretor e curador do projeto cultural Festival Multiplicidade > Imagem_Som_Inusitados (www.multiplicidade.com), realizando espetáculos de arte digital e música avançada, no centro de Arte e Tecnologia Oi Futuro e no Teatro Oi Casa Grande nos ultimos nove anos consecutivos.  

FAUSTO FAWCETT_ Escritor e compositor

Formado em Jornalismo pela PUC do Rio de Janeiro, escreveu cinco livros:   Santa Clara Poltergeist (Ed. Eco, 1990),  Básico instinto (Ed. Relume Dumará, 1992), Copacabana lua cheia (Ed. Dantes, 2001), Favelost (Ed. Martins Fontes, 2012) e a ser lançado em 2013 – Pororoca rave (Editora Escrita Fina). Gravou três discos: Fausto Fawcett e os robôs efêmeros (Warner, 1987) Império dos sentidos (Warner, 1988), Básico instinto (Sony, 1993). Escreveu quatro peças. Três em parceria com Hamilton Vaz Pereira: Olhos ardentes (1985),  Amizade de rua (1987 ), Ataliba a gata Safira (1988)  e outra com o diretor Henrique Tavares, Cidade vampira  (2005).

É autor de sucessos como Katia Flavia, a godiva do Irajá (Fawcett e Laufer, 1987), regravada por Fernanda Abreu em 1997 – que fez parte das trilhas sonoras dos filmes Lua de fel, de Roman Polanski, O Superoutro  e Tropa de Elite;  Rio 40 graus (com Laufer e Fernanda Abreu, 1992), Garota Sangue Bom (1994), Balada do amor inabalável (com Samuel Rosa, 1999).

SIRI _ Percussionista, arranjador e produtor

Siri (Ricardo Mattos) faz música contemporânea, misturando arranjos de instrumentos convencionais com inusitadas percussões como sucatas de fusca, bacias d’água, tubos PVC e até a ultrassonografia de sua filha Clara viraram música no CD Ultrasom. Suas performances emergiram do palco e seus instrumentos viraram esculturas sonoras. Desde então, vem realizando exposições individuais no Brasil e exterior. Em sua nova performance, London Old Swing, Siri produz uma composição ao vivo interagindo com esculturas sonoras como gramofones, rádios e livros antigos.